Assim como nós humanos, quando os nossos pets envelhecem, alguns órgãos tendem também a perder a eficiência, não trabalhando como antes, o que às vezes, pode levar a diminuição da filtração renal e acarretar alguns problemas ao animal. Por isso, é importante estar sempre atento, pois o início pode ser lento e os sinais clínicos, por sua vez, passam despercebidos pelos proprietários, uma vez que estes tendem a aumentar conforme sua progressão e o tempo. O que pode ser perigoso, pois se não for diagnosticado previamente, pode acarretar em uma grande insuficiência renal.
Por essa razão, é de extrema importância conhecer os hábitos do seu cão, desde a quantidade de comida, até a frequência com que eles costumam urinar, além da cor da mesma, pois qualquer mudança nas atividades normais, pode significar uma doença mais grave.
O Zolina fala hoje um pouco mais sobre os sinais clínicos, diagnóstico e tratamento dessa doença cada mais comuns a cães idosos.
Sinais Clínicos
Existem dois tipos de insuficiência renal, a aguda e a crônica. Na aguda, o animal tem geralmente sinais graves que ocorreram repentinamente. Estes, podem incluir apatia, vômitos, febre, perda de apetite e alterações na quantidade de urina. A história clínica e testes terão de ser realizados para encontrar a causa.
A IRA (insuficiência renal aguda) pode ser causada por picadas de animais venenosos, ingestão de produtos químicos e até mesmo mudança brusca de temperatura, em casos de hipertermia. Já a Crônica, é caracterizada por lesões irreversíveis e ocasiona, por sua vez, a diminuição da função do orgão. Muitas vezes, os primeiros sinais de insuficiência renal crônica só são percebidos pelos proprietários quando a função do rim já está bastante comprometida. Isso inclui um aumento ligeiro a moderado na sede e micção (polidipsia e poliúria) e uma necessidade de urinar durante a noite (noctúria), ou seja, ele passa a ter um comportamento que antes ele não tinha. Outros achados clínicos iniciais comuns incluem a perda de massa muscular pelos mais quebradiços e com frequentes quedas, e até anorexia, perda de apetite. Conforme a doença progride, mais sinais aparecem.
O início da doença pode ser assintomático por um longo período e, quando os sinais clínicos aparecem, são vários e podem apresentar-se bem inespecíficos e comuns aos dois tipos da doença.
Como antes dito, a insuficiência renal acomete geralmente animais idosos, mas pode haver casos de hereditariedade e um animal jovem pode ser acometido, diminuindo assim a expectativa de vida dele.
Diagnóstico da doença
Vários exames de sangue podem ser realizados para determinar se a doença renal está presente, quão grave ela é e que pode estar causando isso. Além disso, um exame de imagem técnica – como a ultrassom – somado a um de urina, também pode ajudar a determinar a gravidade.
No exame de imagem é mais evidente a lesão renal e a sua gravidade. Já no EAS, exame de urina, aponta proteinuria, ou seja, proteínas na urina.
Lembra que mencionamos a perda de massa muscular? Ela é eliminada na urina e não vai para os músculos, pelos e unhas. Por isso ficam frágeis e quebradiços. Também no exame de sangue, as taxas de bioquímica sugestivas de alteração renal mais frequentes são: o aumento da ureia, da creatinina, além do desequilíbrio nos níveis de fósforo, cálcio e potássio. Outras alterações, como anemia não regenerativa, também podem estar presentes.
Tratamento paleativo
Para promover a reversão do quadro clínico, no caso da aguda e na diminuição as lesões, no caso da crônica, é importante reduzir ao máximo essa azotemia para que o animal possa, enfim, ter qualidade de vida. Para tanto, o veterinário pode recomendar o uso de rações terapêuticas e tratamentos como a fluidoterapia edieta hipoproteica (baixa proteína). A homeopatia também é uma opção de tratamento.
A diálise renal, em casos de necessidade, pode ser feita em algumas clínicas veterinárias, clínicas de referência ou escolas veterinárias. Animais de estimação que podem beneficiar-se de diálise incluem aqueles que não respondem às terapias normais, aqueles que estão intoxicados, aqueles que não estão produzindo urina ou aqueles que necessitam de cirurgia de emergência.
Lembrando que o animal acometido pela insuficiência renal precisará sempre de acompanhamento periódico para avaliação das taxas alteradas, podendo levar meses ou até mesmo dias de intervalos.
Dietas
Provavelmente o pet terá algumas restrições alimentares, como um maior controle de proteínas e alimentos com fósforo que o animal ingere, já que podem sobrecarregar o rim. Para que não ocorra perda de nutrientes, usa-se ração comercial específica ou dieta caseira balanceada, sempre recomendada pelo médico veterinário.
Como evitar
É essencial que você leve seu animal de estimação pelo menos uma vez por ano ao veterinário para fazer exames preventivos capazes de apontar qualquer indício de doença nesses órgãos. E mais do que isso, o olhar do especialista pode notar problemas associados ao distúrbio renal quando ele é diagnosticado.
Atente-se sempre ao seu pet desde filhote, até que ele fique idoso. O acompanhamento é essencial para indicar os primeiros sinais de que alguma coisa não está bem.
Ninguém melhor que você para perceber os comportamentos diferentes do seu pet.
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